terça-feira, 26 de maio de 2009

Multiplicidade

Quando meu neto Pedro era pequeno, eu queria ser como ele, olhar o mundo com olhos de criança.



A cada momento assume um personagem diferente. Muda a voz, a postura, os gestos... e se torna um herói. Muda tudo de novo, e é outro herói. Ou um nenê. Ou volta a ser um menininho de três anos. E entra de tal forma no personagem que se recusa a responder se alguém o chama pelo nome errado.

Sabe ser todos os nomes, e nome nenhum.

domingo, 17 de maio de 2009

O caminho do tesouro

“Ai, o amor é um capitoso vinho
Que nos embriaga com um só pinguinho"
(Sinhô)

Dediquei muitos anos de minha vida tentando decifrar os mistérios do amor; não com propósitos científicos, mas movida por uma curiosidade interna. Essa busca acabou me levando à descoberta de um tesouro: o encontro amoroso, experiência de grande intensidade e potência. Tesouro extremamente precioso, e também perigoso, porque deriva diretamente do desejo. “Desejo é produção”,dizem Deleuze e Guattari, liberá-lo é revolucionário.

Meu livro não oferece o mapa do tesouro. Trata-se antes de um caminho de iniciação, de experimentação, e, como tal imprevisível. Seus resultados dependem, sobretudo, do próprio experimentador.

Acima de tudo, que ele se disponha a abrir-se ao encontro amoroso, sem medo, sem vergonha, sem culpa. No shy, no shame, no blame.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Meu "guru", Gregório Baremblitt,



que me deu a grande alegria de escrever o prólogo do livro. Sob sua orientação e inspiração, me aventurei pelos caminhos difíceis e fascinantes da esquizoanálise. Com ele aprendi a regra básica: combinar a infinita audácia com a infinita prudência. Audácia, para se arriscar “por mares nunca navegados”; prudência para não se perder ou naufragar na empreitada.

sábado, 9 de maio de 2009

Gratidão

Como Violeta Parra, “agradeço à vida que me deu tanto”: me deu olhos para enxergar o mundo que me rodeia e para olhar nos olhos de quem amo; ouvidos para escutar os sons do universo e as vozes do amor; palavras para pensar e para compartilhar pensamentos e afetos; pés para percorrer estradas, visitar paisagens distantes e lugares próximos; coração para pulsar em consonância com as mais diferentes manifestações da realidade. E “me deu o riso e me deu o pranto, assim eu distingo dor e alegria, os dois materiais que formam meu canto”.